Já não preciso do mar
Já não preciso do ar
Para respirar
Preciso somente do meu espaço
Para estar
Não tenho medo da solidão
Nem sequer do silêncio
Na escuridão
Sinto o meu coração
Transformado em gelo
Talvez tão frio
Que não possas calcular
O silêncio é o meu amigo
Sendo a solidão o meu verdadeiro aliado
Confidentes desta minha alma
Sou livre da minha própria tristeza
Já nada me magoa
Já nada me domina
Nada me aquece
Nem nada me arrefece muito mais
Sou simplesmente um cubo de gelo
Inquebrável,
Algo que tu crias-te
Ao longo do tempo
Algo que tu escolhes-te
Que fosse assim
Um cubo de gelo...
Por ti sinto raiva
Talvez me consuma mais e mais
Não sei...
Sinto-me completamente vazia
Pergunto-me porque é que tudo foi assim?!
Com um começo e um fim...
No fundo um pouco fora do comum
Não queria nada disto
Mas a escolha foi tua
E agora em vez de possuíres
Uma alma e um coração
Possuis um cubo de gelo
E o silêncio e a solidão...
Já nada me faz derreter
Nem mesmo tu próprio
Estou tão gelada
Que se torna impossível
Ser quebrada
Sou um mero cubo de gelo
Translucido,
Frio,
Amargo,
Que procura somente
Um sitio para estar
Sozinho...
Que já não precisa de amar
Somente precisa
Do silêncio e da solidão
Já não precisa do mar
Nem da imensidão
Do traiçoeiro amor
Só procura a tristeza
E a vasta amargura do seu próprio coração.
By:Claudia Lopes
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